sexta-feira, 4 de novembro de 2011

7º Dia – San Salvador de Jujuy-ARG



Corrientes-ARG x San Salvador de Jujuy-ARG
Distância percorrida:
 860 km

Todos acordaram dispostos prá jornada daquele dia. Algumas poses na piscina do hotel enquanto as motos eram preparadas.



Após o café da manhã, como sempre: estrada.
Saímos de Corrientes numa manhã tranquila, temperatura em torno de 18°C e nada de chuva (que beleza!!!).
Uma coisa que percebi é que durante a viagem nós não sabíamos em qual dia da semana estávamos, o que poderia ter nos trazido alguns transtornos. Assim, levo para as próximas viagens, este aprendizado: é importante que, todos os dias, a gente se ligue em que dia estamos.



Atravessamos a ponte na saída de Corrientes. Do outro lado, alguns quilômetros adiante tem a entrada para Resistencia.

Sabíamos que o dia seria longo e com calor intenso, por isso mentalizávamos neste instante seguir este "caminhãozinho"... brincadeira. Um pouco mais adiante, uma aviso: "Pampa Del Inferno 103 km".




Nos deparamos com imensas plantações de girassóis e não resistimos à tentação de registrar nossa integração com o meio. Isso tudo por volta das 09:30h da manhã (hora local)





Às 11:00h uma parada para abastecer as motos e hidratar os corpos. O calor já era imenso e o segredo é não abrir o casaco pois se o fizer, vai começar a suar.
Vários adesivos marcando a passagem de aventureiros por ali, na sua maioria motociclistas. Aproveitei prá registrar também a nossa.


Chegamos enfim, às 11:25h, ao já famoso (pelo menos prá mim, que leio sobre este percurso há dez anos) "Pampa Del Inferno". Um lugarejo deserto como a grande maioria por ali.



Eram 12:53h, em mais uma das imensas retas, quando a Lu pediu desesperadamente para que eu parasse. Avistei um arbusto à beira da estrada e parti em direção do mesmo. A outra moto me seguiu. Ao parar, ela desceu da moto e começou um frenético "strip-tease". Ela estava vermelha e ofegante... a temperatura era em torno de 46,9°C. Tirou toda a parte de cima da roupa e ficou ali, prostada... respirando e tentando encontrar coragem para seguir adiante. Mas não era questão de escolha, estávamos no meio do nada, ou melhor: no meio do Chaco Argentino. Ali só podíamos - ou deveríamos - fazer o seguinte: ir adiante.
E fomos.


Mais à frente mais uma pausa para abastecimento e hidratação. Por ali os melhores lugares são os postos de combustível que possuem loja de conveniência: ar condicionado, internet sem fio, refrigerante gelado, picolé, sorvete, água... banheiros... combustível (óbvio!!!). 
Teve um momento em que, tamém incomodado com o calor, levantei a viseira do capacete. Caraaaaacaaaa!!!! Recebi um vento tão quente no rosto que tive que fechá-la novamente. Resolvi me aquietar com a climatização natural de meu corpo, que tentava manter a temperatura em torno de 36°C dentro do capacete e da roupa.

Mais uma vez registrando nossa passagem. 


Pegamos a estrada mais uma vez e o verde começa a ficar mais "vivo". Interessante como as motos são desprezadas aqui. Passamos num lugar em que teríamos (pela sinalização) que trafegar numa marginal horrível pois a pista é só para veículos maiores. Não largamos a pista principal e felizmente não apareceu nenhum policial para nos perturbar.



Quando começamos a avistar as Cordilheiras foi um momento único. Confesso que aquilo mexeu comigo e trouxe-me emoções intensas. Era um sonho antigo, e me lembrava sempre das palavras do Fábio Magnani - que inclusive estão na barra superior deste meu blog - que diz: "Não era só estar ali que importava, mas ter chegado do meu jeito."



Passei a contemplar aquilo tudo de uma maneira muito especial. Passava por dentro da viseira do meu capacete o filme da minha vida. Do lado de fora, como cenário de fundo estavam as Cordilheiras dos Andes. Guardarei para sempre a lembrança de cada quilômetro desta viagem.




Ao entardecer enfrentamos uma dificuldade nestes trechos: muitos pássaros na pousados na pista e eles vão voando à medida que você se aproxima. Uns voam para o lado de fora da pista, mas muitos cruzam na sua frente, causando-lhe sustos. Eu ía buzinando todo o tempo e assim os "despertava" um pouco antes.









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