Corrientes-ARG x San Salvador de Jujuy-ARG
Distância percorrida: 860 km
Todos acordaram dispostos prá jornada daquele dia. Algumas poses na piscina do hotel enquanto as motos eram preparadas.
Saímos de Corrientes numa manhã tranquila, temperatura em torno de 18°C e nada de chuva (que beleza!!!).
Uma coisa que percebi é que durante a viagem nós não sabíamos em qual dia da semana estávamos, o que poderia ter nos trazido alguns transtornos. Assim, levo para as próximas viagens, este aprendizado: é importante que, todos os dias, a gente se ligue em que dia estamos.
Sabíamos que o dia seria longo e com calor intenso, por isso mentalizávamos neste instante seguir este "caminhãozinho"... brincadeira. Um pouco mais adiante, uma aviso: "Pampa Del Inferno 103 km".
Nos deparamos com imensas plantações de girassóis e não resistimos à tentação de registrar nossa integração com o meio. Isso tudo por volta das 09:30h da manhã (hora local)
Às 11:00h uma parada para abastecer as motos e hidratar os corpos. O calor já era imenso e o segredo é não abrir o casaco pois se o fizer, vai começar a suar.
Vários adesivos marcando a passagem de aventureiros por ali, na sua maioria motociclistas. Aproveitei prá registrar também a nossa.
Chegamos enfim, às 11:25h, ao já famoso (pelo menos prá mim, que leio sobre este percurso há dez anos) "Pampa Del Inferno". Um lugarejo deserto como a grande maioria por ali.
Eram 12:53h, em mais uma das imensas retas, quando a Lu pediu desesperadamente para que eu parasse. Avistei um arbusto à beira da estrada e parti em direção do mesmo. A outra moto me seguiu. Ao parar, ela desceu da moto e começou um frenético "strip-tease". Ela estava vermelha e ofegante... a temperatura era em torno de 46,9°C. Tirou toda a parte de cima da roupa e ficou ali, prostada... respirando e tentando encontrar coragem para seguir adiante. Mas não era questão de escolha, estávamos no meio do nada, ou melhor: no meio do Chaco Argentino. Ali só podíamos - ou deveríamos - fazer o seguinte: ir adiante.
E fomos.
Mais à frente mais uma pausa para abastecimento e hidratação. Por ali os melhores lugares são os postos de combustível que possuem loja de conveniência: ar condicionado, internet sem fio, refrigerante gelado, picolé, sorvete, água... banheiros... combustível (óbvio!!!).
Teve um momento em que, tamém incomodado com o calor, levantei a viseira do capacete. Caraaaaacaaaa!!!! Recebi um vento tão quente no rosto que tive que fechá-la novamente. Resolvi me aquietar com a climatização natural de meu corpo, que tentava manter a temperatura em torno de 36°C dentro do capacete e da roupa.
Mais uma vez registrando nossa passagem. |
Pegamos a estrada mais uma vez e o verde começa a ficar mais "vivo". Interessante como as motos são desprezadas aqui. Passamos num lugar em que teríamos (pela sinalização) que trafegar numa marginal horrível pois a pista é só para veículos maiores. Não largamos a pista principal e felizmente não apareceu nenhum policial para nos perturbar.
Passei a contemplar aquilo tudo de uma maneira muito especial. Passava por dentro da viseira do meu capacete o filme da minha vida. Do lado de fora, como cenário de fundo estavam as Cordilheiras dos Andes. Guardarei para sempre a lembrança de cada quilômetro desta viagem.
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